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Por que dar uma segunda chance?

Leia com exclusividade a matéria, que sairá na Revista Fiel de dezembro, sobre o casal de ex-detentos que teve a vida transformada por projeto da Avec no presídio

18/12/2019 Por que dar uma segunda chance?

Quem olha para Flávia e Everson Gonçalves hoje, simplesmente os admira. Pais de família, trabalham, dão palestras, ajudam quem pede socorro e aconselham quem precisa de orientação para retomar sua vida. São queridos pelos vizinhos e exemplo na comunidade cristã de sua região, mas nem sempre foi assim.

Everson, com pais evangélicos, morador de uma das comunidades do Rio de Janeiro, envolveu-se com tráfico de drogas ainda muito cedo. Após largar os estudos, começou a fumar, usar drogas e logo se viu submerso no mundo do crime. Foi preso pela primeira vez em 2006 e saiu em condicional em 2009, quando conheceu Flávia.

A jovem que Everson conheceu também foi criada em um lar cristão, não tinha ideia de como realmente era o mundo em que ele estava inserido. Um dia, muito preocupada com a integridade física do namorado, Flávia decidiu intervir. "Ele só consumia droga, consumia droga... 'Os caras' queriam matar ele". Ao perguntar o que poderia fazer para quitar as dívidas de Everson, Flávia ouviu que seria necessário "pegar uma carga", ou seja, traficar para o grupo. Ela o fez. "Eu tinha uma autoestima muito baixa, me achava o 'patinho feio' da localidade [...]. Quando eu me vi naquela posição, de pegar a droga e ganhar dinheiro com aquilo, quis aquela facilidade para minha vida”.

Flávia ganhou confiança e Everson continuou perdido entre consumo e tráfico de drogas, até que ambos foram presos e, somente então, eles começaram a perceber o quão perdidos estavam.  Depois de um tempo, Everson foi invadido por uma grande angústia. "Chegou uma hora que eu senti a minha alma muito oprimida e, cansado, coloquei meu nome para entrar na cela evangélica. Eu ainda usava muita cocaína, fumava muito cigarro [...]. E uma vez que você vai para essa cela, tem que largar com tudo. Não tem tempo de ir deixando aos poucos. Foi uma guerra muito grande para mim".

Foi na prisão onde Everson e Flávia se libertaram dos vícios, passaram a participar dos cultos, do estudo bíblico e foram transformados. O impressionante é que cada um tomou a decisão de servir a Cristo sem o outro ter conhecimento, já que estavam em presídios diferentes. E foi assim o recomeço de uma história que tinha tudo para dar errado, de duas pessoas que provavelmente eram vistas como casos perdidos, mas que encontraram quem acredita em regeneração, em mudança de vida.

"Eu via o pessoal do projeto [equipe da Avec] no Bangu 7 e minhas amigas me falavam sobre ele. Elas não tinham expectativa de vida antes disso. Aí a gente vê que elas precisavam só de um empurrãozinho, uma ajuda. E qual é a ajuda? Informação", defende Flávia.

Everson que nunca pensou em firmar compromisso, que havia rasgado todos os seus documentos, ouviu falar sobre o casamento coletivo, um projeto da Associação Vitória em Cristo. "Quis corrigir tudo o que havia feito de ruim e fazer o certo. Quis sair de lá casado, com uma nova vida", relatou Everson, lembrando-se da decisão que tomou ainda encarcerado. "A Avec nos deu até a aliança! Foi o casamento completo: vestido, buffet, terno, foto, filmagem... Eu nunca imaginei casar de véu e grinalda", disse Flávia, emocionada.

"A D. Leda, D. Fátima e todo o grupo da Avec se preocupam para que a pessoa saia liberta dali, bem diferente do que entrou. Eu aconselho os diretores de presídio a abrirem as portas para os projetos sociais porque vai fazer uma grande diferença [no sistema carcerário]", aponta Everton.

Leda Vieira, coordenadora do projeto de inclusão digital, enfatiza que o objetivo e fazer mais! "A nossa vontade é que toda unidade [carcerária] tenha um curso de informática porque, muitos acabam sendo analfabetos digitais. Quando chegam aqui fora, fica difícil conseguir emprego. Seria bom que o curso de barbeiro, que temos em algumas unidades, estivesse presente em todas. Colocou um espelho, uma máquina e uma tesoura, já consegue ganhar um dinheiro".

A ressocialização não é uma segunda chance somente para o ex-detento, mas também para a sociedade que irá recebê-lo em alguns anos. A Associação Vitória em Cristo faz um trabalho todo especial no sistema carcerário, com o curso de informática e casamento coletivo, além de atuar com parceria para a aplicação do curso de barbearia, Escola Dominical e culto. Assim, homens e mulheres podem ter a oportunidade de serem os próximos "Everton" e "Flávia", transformados e totalmente ressocializados.

Você também pode ver um pouco mais da história do casal no programa Vitória em Cristo com o Pr. Silas Malafaia.

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