Pr. Silas, se a poligamia é pecado e um crime com pena de reclusão prevista no Código Penal, por que, na época dos patriarcas e dos reis de Israel, a maioria dos homens tinha mais de uma mulher e isso não era punido?
Entenda uma coisa: além de as leis brasileiras não permitirem o casamento com mais de um cônjuge simultaneamente, Deus também condena a poligamia.
Na civilização antiga, as famílias eram organizadas em tribos e viviam sob o regime do patriarcado, que dava ao homem poderes sobre a família e domínio sobre a mulher. A poligamia era livremente praticada naquela época porque ainda não haviam sido reveladas as leis divinas que regem os relacionamentos e outros aspectos da vida. O padrão de comportamento ético e moral da população era baseado em questões culturais, no senso comum.
Ainda assim, a lição bíblica é clara: a poligamia causou graves problemas ao relacionamento familiar. Veremos isso desde o Antigo Testamento, na história dos patriarcas e dos reis.
Por exemplo, o nascimento de Ismael, o filho que Abraão teve com Agar, uma escrava egípcia, provocou tanto ciúme e rivalidade entre ela e Sara, a esposa legítima do patriarca, que Agar foi expulsa de casa com o filho, e Abraão teve de separar-se de Ismael de vez (Gênesis 16.1-9; 21.8-14).
O ciúme que as irmãs Raquel e Léia tinham do marido, Jacó, causou inúmeros problemas familiares a elas, aos filhos e ao patriarca (Gênesis 30.1-24; 37.1-4, 17-36).
O menosprezo que Ana sofreu por parte de Penina, a outra esposa de Elcana, causou àquela mulher muito sofrimento (1 Samuel 1).
Salomão, por motivos políticos, casou-se com 700 princesas e teve 300 concubinas, e acabou adorando outros deuses, desobedecendo ao Senhor, e sofrendo funestas consequências (1 Reis 11.1-11).
Os países muçulmanos ainda hoje adotam a poligamia, por uma questão cultural. Porém, só a família monogâmica tem a chance de manter um relacionamento estável, tanto na área espiritual como na emocional, porque esse foi o padrão estabelecido por Deus para o relacionamento entre homem e a mulher; padrão reafirmado por Jesus em Marcos 10.7,8: Por isso, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á à sua mulher. E serão os dois uma só carne e, assim, já não serão dois, mas uma só carne.
Nesse texto não é dito que o homem se unirá a suas mulheres. Está no singular: um homem se unirá a uma mulher, especificamente à sua mulher, e não à de outrem. Jesus enfatizou o casamento de um homem com uma só mulher, e não o casamento de um homem com várias mulheres, ou vice-versa. Ele condenou o adultério.
Em suma, vários textos sagrados condenam as relações extraconjugais (adultério), a poligamia, o incesto e demais práticas sexuais contrárias aos princípios estabelecidos por Deus. Leia Êxodo 20.14,17; Levítico 18; Deuteronômio 22.2; 1 Timóteo 3.2,12; Tito 1.6.
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